Acaba de chegar às livrarias polacas o mais recente livro de Ewa Łukaszyk, Mgławica Pessoa. Literatura portugalska od romantyzmu do współczesności (A Nebulosa de Pessoa. A literatura portuguesa desde o romantismo até à contemporaneidade). A publicação ficou a cargo da editora Ossolineum.
Um país cheio de sol, hospitaleiro e pitoresco – esta imagem de Portugal aparece nas páginas de álbuns, guias e anúncios de propaganda turística. Contudo, a literatura portuguesa, como diz Ewa Łukaszyk, não reflete estas visões, pois é uma criação amarga, bruta, muitas vezes violenta, pronta a lutar contra a densidade, as faltas e o vazio que apareceram depois dos tempos gloriosos. Tal permite-nos lê-la através das categorias do “estilo tardio”, de Ewdard W. Said – o estilo em que os sinais da queda e fadiga se ligam com a perversidade. Mgławica Pessoa não é só um guia da literatura portuguesa dos séculos XIX, XX e XXI, mas é também uma chave para entender Portugal e os seus problemas. Estes nem sempre têm um cárater local. Ilustram conceitos mais amplos, atuais também em relação à Europa menor, periférica, ineficaz e insuficiente. O envolvimento em temas coloniais e pós coloniais leva o leitor a ultrapassar as fronteiras europeias. O livro de Łukaszyk é um olhar especial, quase antropológico para a cultura, a história e os problemas contemporâneos de Portugal. Baseando-se na literatura, a autora cria uma visão inédita do país. O país de Pessoa, Saramago, Camões e Sophia…
Ewa Łukaszyk
teórica e crítica de literatura e cultura, professora da Universidade de Varsóvia
Tem dedicado a sua carreira académica sobretudo à história da literatura portuguesa e das literaturas lusófonas, concentrando-se no pós-colonialismo e na transculturalidade. Escreveu mais de 200 artigos, resenhas e trabalhos científicos. É autora de livros como: Terytorium a świat. Wyobrażeniowe konfiguracje przestrzeni w literaturze portugalskiej od schyłku średniowiecza do współczesności (2003), Pokusa pustyni. Nomadyzm jako wyjście z kryzysu współczesności w pisarstwie José Saramago (2005) ou Imperium i nostalgia. „Styl późny” w kulturze portugalskiej (2015). Atualmente colabora com a Universidade de Leiden. Poliglota, viajante e fotógrafa.