Atores
Dorota Gryka
Gabriela Badowska
Jakub Jankowski
Josep Antoni Clement
Katarzyna Dłużniewska
Krzysztof Pawlikowski
Michael Bernardo
Monika Parys
Paweł Furmańczyk
Radosław Śliwa

Música original
Gerardo Beltrán

Luzes e som
José Carlos Dias
Maciek

Texto baseado na obra de
Gil Vicente

Adaptação do texto e encenação
José Carlos Dias

VARSÓVIA (06/2005) | LUBLIN (10/2005) | VARSÓVIA(12/2005)

Quando se quer fazer uma breve apresentação do teatro ibérico e principalmente daquele mais para os lados do Atlântico, não há outra maneira de começar sem ser pelo nome de Gil Vicente, considerado o fundador do teatro moderno português. O único problema está em saber qual dos muitos Gis da altura foi, pois entre os anos 1502 e 1536, datas da apresentação da primeira e última peça, a história regista um Gil Vicente ouvires, um Gil Vicente alfaiate, um Gil Vicente mestre de retórica e, ainda, um Gil Vicente carpinteiro. Qual deles é o pai do teatro português? Pela maneira como ele trabalhou, vestiu, escreveu e pregou as suas peças, diríamos que nenhum deles, e que a única resposta possível é a de Gil Vicente ser o “nosso Gil“.

Mas o facto é que Gil Vicente escreveu uma obra chamada Auto da Barca do Inferno e a apresentou, pela primeira vez, em 1517, na corte do Rei português Manuel I. Este auto é uma feroz sátira social aos costumes da época, pois desfilam em palco diferentes tipos sociais e morais que são finalmente desmascarados: um fidalgo tirano, um frade com a sua namorada, um parvo e quatro cavaleiros de Cristo são algumas desses tipos. Todos querem ir para o paraíso, mas na verdade os únicos que vão para o paraíso são… Ah! Queriam saber já, não era? Mas para isso estamos aqui nós. Inspirámo-nos nesta peça e decidimos apresentar Um Auto da Barca do Inferno, uma comédia em dois actos, a nossa tentativa de mantermos vivo o espírito crítico que um dos Gis Vicentes nos ensinou.