16 de outubro 2024 | 11h30-13h00
Sala 0.410, Faculdade de Línguas Modernas da Universidade de Varsóvia, rua Dobra 55
18 de outubro 2024 | hora a indicar
Universidade Jaguelónica em Cracóvia (sala a indicar)
Para todos aqueles que estudam português e espanhol na Universidade de Varsóvia e na Universidade Jaguelónica em Cracóvia, o ano académico 2024/2025 vai arrancar com uma palestra da escritora moçambicana Paulina Chiziane, vencedora do prémio Camões em 2021, o mais importante galardão literário para um escritor de um país de língua portuguesa. As palestras realizar-se-ão no dia 16 e 18 de outubro e são uma iniciativa da Cátedra com o nome da escritora moçambicana, sediada na Universidade de Varsóvia desde o início do 2024 e que integra a rede de cátedras de investigação do Camões I.P.
“A literatura como o lugar de negociação de identidades” será o título da palestra que a escritora moçambicana irá proferir no próximo dia 16 de outubro, às 11h30, na sala 0.410 na Faculdade de Línguas Modernas. A palestra será em língua portuguesa com tradução simultânea para polaco. Na Universidade Jaguelónica em Cracóvia, a palestra irá realizar-se no dia 18 de outubro. Mais informações sobre a hora e o espaço em breve.
Como as «Palestras Saramaguianas», realizadas em 2022 na Faculdade de Línguas Modernas da Univ. de Varsóvia, a palestra da escritora Paulina Chiziane pretende ser uma inspiração para todos aqueles que na Polónia estudam, ensinam e investigam a língua portuguesa e as suas literaturas.
A entrada é livre.
Paulina Ricardo Chiziane
Escritora
Nasceu no seio de uma família protestante onde se falavam as línguas chope e ronga, e aprendeu a língua portuguesa na escola de uma missão católica. Estudou linguística, mas não concluiu o curso. Durante a juventude fez parte da FRELIMO, da qual se afastou, sobretudo devido às diretrizes do partido no que respeita à condição da mulher.
Foi voluntária na Cruz Vermelha durante a guerra civil que sucedeu à independência e, após o fim da guerra, integrou o Núcleo das Associações Femininas da Zambézia. Começou a sua carreira literária com a publicação de contos na imprensa moçambicana. A sua primeira obra Balada de Amor ao Vento (1990), publicada após a independência de Moçambique, é considerada o primeiro romance de uma mulher moçambicana. Ficcionista ou “contadora de estórias”, os seus livros refletem as tensões políticas e sociais do universo multicultural do seu país, colocando em relevo as personagens femininas. Tendo por base a crítica de costumes, a sua obra questiona as dinâmicas das relações de género e da condição da mulher, numa perspetiva pouco explorada pela tradição literária. Foi a primeira mulher africana distinguida com o Prémio Camões e recebeu o Prémio José Craveirinha de Literatura (2003). Foi agraciada com o grau de Grande Oficial da Ordem Infante D. Henrique (Portugal).
(fonte: Exposição sobre o Prémio Camões da DGLAB)
Prémios, Reconhecimentos e Homenagens
- Condecoração com a Medalhas de Artes e Letras Eduardo Mondlane pelo Governo Moçambicano; Prémio José Craveirinha pela obra Niketche;
- Ordem Infante D.Henrique pelo Governo Português;
- Ordem Cruzeiro do Sul pelo Governo do Brasil;
- Troféu Raça Negra, edição 2014 em S. Paulo;
- Prémio Camões (sendo a primeira pessoa negra Bantu a receber o prémio camões depois de 32 edições)
- Título de Doutora Honoris Causa pela Universidade Pedagógica – 2022;
- Prémio responsabilidade social revista Forbes 2024
- Diversas homenagens nacionais (MOZEFO, Artistas plásticos, Mulheres empresárias)
Livros publicados
1. Balada de Amor ao Vento;
2. Ventos do Apocalipse;
3. O Sétimo Juramento;
4. Niketche – uma história de poligamia;
5. O Alegre Canto da Perdiz;
6. As Andorinhas;
7. As Heroínas Sem Nome – co-autoria com Dya Kassembe (Angola);
8. Quero Ser Alguém (Histórias de crianças seropositivas – Fundação Elisabeth Glaser)
9. Por quem Vibram os Tambores do Além – co-autoria com Rasta Pita;
10. Na Mão de Deus – co-autoria com Maria do Carmo da Silva;
11. Ngoma Yethu – co-autoria com Mariana Martins;
12. O Canto dos Escravos;
13. A voz do cárcere em co-autoria com Dionísio Bahule;
Atualmente tem dois Discos de música: Cantos de Esperança [2017] e Msaho (festa) [2023]
(fonte: Vieira Mário Mauelele)