20 de maio de 2024 | 13h15 | Strefa WspółPRACY
Faculdade de Línguas Modernas da Universidade de Varsóvia, Rua Dobra 55
21 de maio de 2024 | 10h00 | Centro Camões
Universidade Maria Curie-Skłodowska em Lublin, Rua Sowińskiego 12
Nos próximos dias 20 e 21 de maio, a professora catedrática Cristina Flores, da Universidade do Minho, estará na Polónia para proferir uma série de palestras em língua portuguesa para todos os interessados nas questões do bilinguismo e na aprendizagem das línguas. A entrada é livre.
Na Universidade de Varsóvia e na Universidade Maria-Curie Skłodowska em Lublin, a professora irá proferir a palestra «O que falantes bilingues nos revelam sobre mudança linguística: dados sobre o português». Poderão ler um resumo da sua intervenção mais em baixo nesta mesma página. Em Varsóvia, o encontro irá decorrer no dia 20 de maio, às 13h15, na sala «Strefa WspółPRACY», da Faculdade de Línguas Modernas. Em Lublin, será no dia seguinte, às 10h00, no Centro Camões da Universidade Maria-Curie Skłodowska.
A professora Cristina Flores irá ainda proferir uma palestra na Biblioteca Pública da rua Koszykowa, no dia 21 de maio, às 18h00. Pode ler aqui mais informações sobre esta outra intervenção.
O que falantes bilingues nos revelam sobre mudança linguística: dados sobre o português
Nesta comunicação exploro a relação entre a transmissão da língua portuguesa em contextos de emigração e o fenómeno da mudança linguística, subjacente a qualquer língua natural. A investigação sobre a aquisição bilingue da linguagem tem demonstrado que as condições particulares de aquisição da língua portuguesa na diáspora, caracterizada pelo seu uso restrito ao contexto familiar e em contacto com outra língua maioritária, podem promover a ocorrência de inovações nos sistemas linguísticos dos seus falantes (Rinke & Flores, 2014; Flores, 2016). Em estudos recentes, por exemplo sobre o espanhol ou o russo, tem sido demonstrado que as inovações observadas nas segundas e terceiras gerações de emigrantes encontram um paralelismo no desenvolvimento diacrónico da língua (Polinsky & Scontras, 2020). Também no estudo da língua portuguesa encontramos este paralelismo em relação a várias propriedades gramaticais. Com base em dados recolhidos de populações bilingues (infantis e adultas) de português (e alemão ou francês), iremos demonstrar que certas tendências diacrónicas observadas na língua portuguesa, por exemplo, a extensão da omissão do objeto direto e o aumento da realização de sujeitos pronominais (quando comparamos o português europeu com o português do Brasil), são também observadas nas produções de falantes bilingues. Concluímos que falantes bilingues podem ser promotores de mudança linguística.
Cristina Flores
Professora Catedrática do Departamento de Estudos Germanísticos e Eslavos da Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas, Universidade do Minho
Licenciada em Ensino de Português e Alemão (UMinho, 1999), Mestre em Estudos Luso-Alemães (UMinho, 2004), doutorou-se em Ciências da Linguagem, Ramo Linguística Alemã, pela UMinho em 2008, com a dissertação ‘A competência sintáctica de falantes bilingues luso-alemães regressados a Portugal. Um Estudo sobre Erosão Linguística’, em parceria com a Universidade de Hamburgo/Alemanha.
Foi Diretora do Centro de Estudos Humanísticos da UMinho (2019-2022). Desde 2018 é diretora do Mestrado de Grau Duplo em Estudos Luso-Alemães. É membro da Comissão Diretiva do Doutoramento em Ciências da Linguagem desde 2017. Desde 2022 é Presidente da Associação Portuguesa de Linguística (APL). Desde julho 2023, é diretora do Departamento de Estudos Germanísticos e Eslavos.
Tem coordenado e participado em vários projetos de investigação (nacionais e internacionais), centrados no estudo do bilinguismo e na aquisição da linguagem.