Quero falar sobre o que escondemos. Quase toda a minha vida não existi por causa da crença de que eu deveria existir num corpo que não era meu. Não pedirei mais desculpas por uma norma social que destrua tudo o que dela se desvie. Não estou incompleta. Quero acabar com a violação da minha intimidade. Ninguém me dirá como devo ser. Deixei de procurar o meu corpo no corpo do Outro, e encontrei-me a mim como o Outro. No contrato secreto que faz do meu corpo um contador de histórias, encontrei um sentido da sua condição íntima e real.

Diana Niepce

Anda, Diana é um manifesto de liberdade no qual a deficiência se torna a norma. Nele, a bailarina e acrobata – após uma queda que causou uma lesão medular – retrata um processo de auto-reconstrução num diálogo franco entre corpo e mente, lógica e caos, levando à criação de um “corpo dançante”. Questiona qual é a norma, desafiando os preconceitos e noções da sociedade relacionadas com a estética dos corpos. Aqui, a deficiência não é uma vítima do sistema. Pelo contrário: o corpo não-normativo é revolucionário.

O projecto Anda, Diana também resultou numa autobiografia – uma narrativa interna que cresceu a partir de acontecimentos reais e dolorosos, filtrados através de uma perspectiva autoral e artística.

AVISO: espetáculo realizado em nudez parcial

Após a actuação, haverá um encontro com os artistas, organizado por Wojtek Ziemilski.

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14 de outubro | 20h00
STUDIO teatrgaleria