DZiK, Rua Belwederska 44A / online
17 de outubro de 2020
entrada gratuita (60 vagas; inscrições: spokenfest@gmail.com)
Vem aí a 16.ª edição do Spoke’n’Word Festival. Apesar das circunstâncias desfavoráveis, não desistimos da oportunidade de nos encontrarmos com a Poesia Falada. Contudo, optámos por mudar um pouco a forma do encontro. Desta vez, os sete poetas europeus convidados prepararão a sua performance online, e esta será exibida como um filme com legendas em polaco (aprox. 60 min). A poesia falada portuguesa será representados por Martim Santos, mais conhecido pelo seu pseudonimo artístico «Lágrima».
Esta edição será, pois, diferente das anteriores. Nós nos iremos encontrar com máscaras, capacetes, lenços. Manteremos alguma distância uns dos outros. Alguns de nós ficarão em casa e participarão no evento virtualmente. A questão fundamental, nestes tempos de pandemia, é saber quando nos podemos abrir e quando precisamos de nos fechar. A tensão entre o aberto e o fechado adquiriu uma série de novos contextos — não é apenas sobre a distância física, mas sobre a alienação emocional e social, o medo pela saúde à mistura com a necessidade de respirar com mais liberdade. 2020 é um ano de luta em nome do ato de respirar — para nós, para os grupos discriminados, para o planeta. Talvez também para poesia falada?
A poesia falada, de maneira experimental, bebe da literatura, da música, do teatro e da performance. É um híbrido graças ao qual podemos experimentar uma realidade diferente ou várias realidades ao mesmo tempo. Ao quebrar com as restrições de género e ao jogar com as convenções literárias, musicais ou teatrais, permite passar a mensagem de maneira séria: dolorosa, reprimida, marginalizada. É aqui que reside a sua maior força.
PROGRAMA:
➔ 18h00 Slam poético polaco | prémio: 500zl
Inscrições: spokenfest@gmail.com (14 vagas)
➔ Mostra internacional:
Jean-Philippe Kindler (ALEMANHA)
Markus Koehle (ÁUSTRIA)
Peter Dyreborg (DINAMARCA)
Agnė Žagrakalytė (LITUÂNIA)
Awałsia Askrobmysz (POLÓNIA)
Martim Santos (PORTUGAL)
Marko Miladinovic (SUÍÇA)
Ondřej Mácl (REPÚBLICA CHECA)
Animações: Ola Wasilewska
Cartaz: alelampart
Coordenação: Natalia Malek
Mestre de Cerimónias: Grzegorz Bruszewski (Estragon) e Wojtek Cichoń (Kidd)
Cooperação: Monika Marianna Błaszczak
Martim Santos / Lágrima
É natural do sul esquecido de Loulé, perto do mar, na sombra do Algarve turístico e do entretenimento fugaz e descartável. A poesia leva-o do Rap ao universo da Palavra Falada, e consequentemente ao Poetry Slam, tendo também participado em alguns projectos colectivos e comunitários, festivais e performances. O gosto pela imagem e pelo design imiscui-se na abordagem criativa à escrita e à criação de universos artísticos sonoros. Recentemente fundou o colectivo poético – Poeta qu’Pariu que nasce da necessidade de desconstruir os formatos poéticos obsoletos instaurados e de criar espaços de partilha comunitária para a palavra e para a performance livre e experimental.
A performance-vídeo que apresenta é inspirada no projecto de spokenword em que actualmente está a trabalhar e chama-se ‘Mar Morto: O Início de um Deserto’.