Em setembro, chega às livrarias polacas a coletânea de reportagens da jornalista e repórter brasileira, Eliane Brum. Os textos coligidos em Kolekcjoner porzuconych dusz [Colecionador de almas sobradas] foram escolhidos pela própria autora para a publicação americana que recebeu o mesmo título, The Collector of Leftover Souls (2019). O livro contém reportagens publicadas na imprensa brasileira e em outros livros, p. ex. A vida que ninguem vê (2006) ou O olho da rua (2008). A tradução ficou a cargo de Gabriel Borowski e será lançada pela editora da Universidade Jaguelónica, em Cracóvia.
A coletânea de reportagens de Eliane Brum, uma jornalista multipremiada, apresenta uma imagem comovente de vida no Brasil, impossível de encontrar em guias turísticos. A escritora visita parteiras indígenas e mestiças no extremo Norte da floresta amazónica, conta sobre a vida de moradores de uma das favelas paulistanas, e acompanha a luta de ativistas sociais contra corporações internacionais pelos direitos das mulheres, pelo meio ambiente e por um teto sobre suas cabeças. Vagabundo de Porto Alegre, garimpeiros de Belo Monte, mães de uma geração perdida… O colecionador de almas sobradas é uma galeria de personagens incomuns, aos quais a escritora se aproxima com uma sensibilidade excepcional, mostrando o mundo das suas perspectivas. Seus refinados textos literários não apenas descrevem problemas sociais atuais, mas também constituem um verdadeiro exercício de empatia.
Eliane Brum
Jornalista, documentarista e autora de cinco livros de não ficção. Premiada com mais de 40 prémios nacionais brasileiros. Tem uma coluna quinzenal no jornal El País. É também colaboradora do jornal britânico, The Guardian. O colecionador das almas sombradas é o seu primeiro livro lançado fora do Brasil. Durante a preparação da tradução polaca, Brum estava a bordo de um navio do Greenpeace rumo à Antártida, descrevendo a luta dos ecologistas contra a crise climática.