Já são conhecidos os laureados da 3.ª edição do Concurso “Poesis”, concurso de tradução de poesia em língua portuguesa para polaco. O júri, constituído pela Prof.ª Doutora Anna Kalewska, pelo Prof. Doutor Jakub Jankowski e pela Dra. Tamara Sobolska, todos professores do Instituto de Estudos Ibéricos e Ibero-americanos da Universidade de Varsóvia, chegou ao seguinte veredicto após intensa deliberação, já que esta edição abundou em propostas inventivas e valiosas.

O primeiro lugar foi atribuído à tradução de Agnieszka Gabor-da Silva, que, segundo o júri, recriou de forma exímia a sonoridade e o ritmo do poema original. Em segundo lugar, ficou a tradução da autoria de Anna Skwarek, e em terceiro a tradução de Irena Wypych.

Em baixo apresentamos as três traduções distinguidas. Felicitações à tradutora vencedora, à segunda e terceira classificadas, bem como a todos que participaram neste concurso.

Fiquem atentos à próxima edição!

Lusotopias mil

Nem tudo é território, quando percorro os dias, Longas
estradas sem destino, este descaminho.
Nem tudo área marcada e sinalética de viagem, Viragem
para um norte qualquer e Úrsula Maior… Nem tudo é
fronteira em seu limite, zodíaco quase, Ficando a monte,
longe, no improvável do tempo. Nem tudo se plasma em
continente ou se esboroa
Em côdea de ilhas, aqui em mim, lusotopias mil…

FONTES, Margarida (2011), “Revista África e Africanidades”, Ano IV, n. 13 (maio).

1.ª classificada – Agnieszka Gabor-da Silva

Moje luzotopie

Nie wszystko jest lądem, gdy pokonuję dni, Długie
ulice bez celu, tak daleko od brzegu.
Nie wszystko okala płot, drogowskazy nie wiodą, Zwiodą
na jakąś północ i Wielki Wąwóz… Nie wszystko to
granica u kresu, zodiak prawie, W bezruchu trwa,
w oddali, w niemożności czasu. Nie wszystko
się zlepi w kontynent, na łuski
Wysp rozsypie, tu, we mnie, moje luzotopie…

2.ª classificada – Anna Skwarek

Luzotopii wiele

Nie wszystko jest miejscem, kiedy żyję, Kręte
ścieżki bez celu, to pustkowie.
Nie wszystko jest przestrzenią wybraną i znamienną w podróży, Wzburzy
w kierunku północnym i ku wielkiej gwieździe…Nie wszystko jest
granicą w ograniczeniu, zodiakalnym niemal, Na szczycie,
odlegle, w mirażowym czasie. Nie wszystko się kształtuje
lub rozpada w ziemię
W podskórzu wysp, tutaj w ciele, luzotopii wiele…

3.ª classificada – Irena Wypych

Luzotopii tysiąc

Nie wszystko to terytorium, gdy przemierzam dni, Długie
drogi bez celu, bezścieżkowia.
Nie wszystko to obszar wytyczony i z drogowskazem, Zakręt
na jakąś północ i Wielką Niedźwiedzicę… Nie wszystko to
granica w swoich krańcach, zodiak niemal, Ulatniając się,
daleko, w nieprawdopodobności czasu. Nie wszystko zastyga w
kontynent czy rozkrusza się
w skorupki wysp, tu we mnie, jest luzotopii tysiąc…

Breve nota sobre a disposição gráfica do poema “Lusotopias Mil”, de Margarida Fontes

Houve quem questionasse o rigor da disposição gráfica da versão original do poema que disponibilizámos, e que segue a publicação presente na Revista África e Africanidades (Ano IV – n. 13 – Maio 2011.) De facto, a versão do poema constante dessa revista apresenta uma disposição gráfica incomum, com quebras de verso em lugares pouco habituais. Para confirmar a disposição gráfica, contactámos a revista e tentámos encontrar uma versão em papel com o poema, mas sem sucesso. Tentámos ainda contactar a autora Margarida Fontes para obter uma confirmação, mas não sabemos se o nosso e-mail lhe chegou, pois não obtivemos resposta. Assim sendo, acabámos por decidir seguir a única versão impressa do poema que tínhamos, que aparece na dita revista. Dito isto, queríamos sublinhar que o júri, na sua avaliação, não teve em conta alterações à disposição gráfica do poema.