A trupe dos Pisca-Pisca não para! Mesmo confinados pelo coronavírus, não poderíamos deixar de apresentar o nosso habitual espetáculo anual! Neste ano, trazemo-vos a obra A Minha Mulher, de José Maria Vieira Mendes, um dos dramaturgos portugueses mais importantes da atualidade.

Mas há mais! Decidimos relembrar a todos a festa que é fazer teatro em português porque é preciso contratacar esta modorra que o confinamento nos impõe. Para vosso gáudio, além da peça, teremos também uma exposição virtual de fotografia, na nossa recém-inaugurada conta no Instagram, com alguns dos melhores momentos da nossa atividade neste milénio. A exposição inclui, ainda, breves testemunhos vídeo de vários estudantes que brilharam na sua passagem pela trupe dos Pisca-Pisca. Podem encontrá-las na nossa página do YouTube

As curadoras da exposição foram as estudantes Magdalena Czarnata e Julia Lasecka, do 3.º ano do curso de licenciatura em estudos luso-brasileiros do I.E.I. e I. da Universidade de Varsóvia. Leiam já aqui em baixo o texto de abertura da exposição!

Ser Pisca-Pisca

Exposição de fotografia e memórias do grupo de teatro português do Instituto de Estudos Ibéricos e Ibero-americanos da Universidade de Varsóvia

InstaGRAM Teatro Pisca-pisca — https://www.instagram.com/teatropiscapisca

Já estamos em 2020, e o o teatro Pisca-Pisca continua imparável e fulgurante! Datas redondas são sempre uma boa altura para deitarmos contas à vida. E nada melhor do que fazer essa viagem no tempo através de uma exposição com fotografias de alguns dos melhores momentos dos mais de 20 anos atividade do grupo, 23 para ser exato 🙂

Neste ano, estamos a encenar nossa 22.ª peça e a preparar nosso 56.º espetáculo, desde que o teatro começou em 1997, por iniciativa da prof.ª doutora Fátima Fernandes, a então leitora do Instituto Camões no Instituto de Estudos Ibéricos e Ibero-americanos da Universidade de Varsóvia. E já que estamos com números, nossas contas nos dizem que já devem ter passado mais de 300 estudantes pelo nosso grupo desde sua fundação. A maior parte deles como atores, corajosamente enfrentando a ribalta e o público, numa língua estrangeira. Mas o teatro não é só atuar, é um espaço plural que combina várias artes e ofícios asseguradas também pelos estudantes: música, figurino, adereços, cenário, maquilhagem, tradução, legendagem, cartazes, entre outros.

Ao fazermos parte dos Pisca-Pisca, nome com que o grupo foi batizado em 2004, já sob direção de nosso professor José Carlos Dias, podemos aprender português de uma forma única, viva e muito útil. E os diferentes sotaques nunca são um problema, pelo contrário, aprendemos ainda mais uns com os outros e tornamos nossos espetáculos únicos. Podemos também conhecer outras pessoas que têm esta mania do teatro e descobrir novas paixões que nunca imaginamos que amaríamos tanto.

O teatro nos dá também muita autoconfiança para falarmos em público e enfrentar situações estressantes como uma entrevista de emprego ou uma apresentação importante. Melhoramos a forma como trabalhamos em grupo e, mais importante, nos ajuda a trabalhar com nossa memória e podemos aprender novos truques para lembrar textos muito longos.

Ser parte dos Pisca-Pisca também significa trabalhar duro por alguns meses. Reunir-se toda semana, muitos ensaios e lembrar textos tão longos não é fácil. Subir a um palco é um desafio assustador. Mas depois daqueles meses todos de trabalho, no fim de sua peça, quando você vê o público impressionado e ouve o som alto dos aplausos, só sente felicidade e orgulho.

As fotografias que vão ver cobrem quase todo o período entre 2003 e 2020. Infelizmente, não temos fotos das peças do período em que Fátima Fernandes dirigiu o grupo, nem dos espetáculos Ratoeira e Na Esteira do Parto. Se, por acaso, tiverem alguma foto destas peças, contactem-nos para conseguirmos completar a memória da nossa trupe.

Esperamos que gostem de nossa exposição e da peça deste ano. Nós, mal podemos esperar por ver-vos no próximo ano, já de regresso aos palcos, que é onde os Pisca-Pisca gostam de estar.

(Magdalena Czarnata e Julia Lasecka)

Então sem mais delonga, venham festejar connosco e deixem-nos os vossos comentários! E até ao próximo ano, esperamos nós, já ao vivo e no calor de uma sala de teatro!