No próximo dia 17 de novembro, chega às livrarias polacas a poesia completa de Ricardo Reis, um dos heterónimos de Fernando Pessoa. O volume está dividido em duas partes. Na primeira, estão incluídas 20 odes e, na segunda, odes e outros poemas, perfazendo um total de 169 poemas. A tradução ficou a cargo de Wojciech Charchalis, e a edição é da editora Lokator, com uma introdução da Prof.ª Doutora Ewa Łukaszyk. Citamos em baixo um trecho da introdução:

Como nos casos de outras personagens inventadas por Pessoa, ele deu-nos bastantes pormenores sobre Reis. Teria nascido no Porto no ano 1887, era então alguns meses mais velho do que o seu criador, e também — o que é bastante estranho, se levarmos em conta a relação entre o mestre e o aluno — do que Alberto Caeiro, que supostamente teria nascido no dia 16 de abril de 1889. Pessoa — como ele próprio disse — não se lembrava da data exata do nascimento de Reis. Mas nas suas anotações descobriu-se um horóscopo, elaborado não só com base no dia, mas também na hora do seu nascimento: teria sido 19 de novembro, às quatro horas da tarde e cinco minutos. Também segundo Pessoa, Reis escrevia melhor em português do que ele próprio, mais um dos paradoxos do universo pessoano” [da introdução de Ewa Łukaszyk]

Fernando Pessoa

Fernando Pessoa

É hoje o nome da literatura portuguesa mais reconhecido no mundo. Nasceu a 13 de Junho de 1888, no Largo de São Carlos, em Lisboa. Começou a escrever em criança e fê-lo sobretudo em português, mas também em inglês e francês. Viveu 47 anos e passou grande parte deste tempo a escrever. Considerava que ser poeta e escritor não constitui profissão, mas vocação. Morreu a 30 de Novembro de 1935, em Lisboa, cidade referida em muitos dos seus poemas e cenário do famoso Livro do Desassossego.

Enquanto poeta, escreveu sob diversas personalidades – heterónimos, como Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto Caeiro –, sendo estes últimos objeto da maior parte dos estudos sobre a sua vida e obra.