Estás em setembro de 2016, numa época em que o verão se une ao outono, criando em Lisboa uma atmosfera especial. O sol apresenta a sua grandeza e força, aquecendo a tua cara. O céu está limpo, sem nuvens, com aquela cor magnífica do oceano Pacífico. Olhas à tua volta. Que bairro chique! Chama-se Príncipe Real e está localizado perto do Bairro Alto. Estás rodeado de prédios antigos, mas renovados, que acentuam a lindeza das redondezas. Todos quereriam viver nesta área agradável, mas nem todos ganham o suficiente para poder morar aqui. Estás em frente de um dos edifícios; em baixo está um café e em cima estão situados apartamentos tão caros, que só os vinicultores têm condições para pagar as rendas. Na mão direita tens a chave para um dos [[apartamentos|Hall de entrada]] que está localizado no último andar. Queres entrar no apartamento ou queres [[beber um cafezinho| Café]] antes de começarmos a nossa aventura?
<img src="http://static.wixstatic.com/media/bea1a1_67d76235beda1022ef1cfd0fe0610b59.jpg_1024" />
Estás dentro do apartamento, no hall. Reconheces a melodia que se ouve no fundo? É a música do bailado intitulado “O Lago dos Cisnes” de Tchaikovsky, grande compositor russo cujas obras criadas ao longo do século XIX alegram os nossos corações até hoje em dia. As paredes estão cobertas de azulejos, bem selecionados e brilhantes. Perto da entrada está um cabide de madeira com apenas um casaco clássico ao estilo de Audrey Hepburn. Debaixo do cabide encontras uns sapatos chiquíssimos vermelhos como uma papoila que só podem pertencer a uma mulher de classe alta. Reparas que a dona deste apartamento não tem nenhuma cómoda para sapatos. Dás os primeiros passos no hall. À direita vês a porta fechada do [[quarto de dormir|Quarto de dormir]]. Em frente do quarto de dormir fica a [[cozinha|Cozinha]] e a [[casa de banho|Casa de banho]]. No fundo do hall situa-se a [[sala de estar|Sala de estar]]. <audio src="http://www.camoes.pl/FI/fadabumbum.mp3" autoplay>
(if: (history: ) contains "Hall de entrada" and (history:) contains "Casa de banho")[ Estás a ouvir a melodia de "Teletubbies". Ah sim, é o teu [[telemóvel|Chamada]] que está a tocar! ]
O café está fechado, que chatice! O dono do local decidiu fazer um intervalo e tirar uma soneca. Consegues ver, através da janela, algumas mesas quadradas e cadeiras vermelhas da Sagres. A este lugar falta o luxo caraterístico do bairro e provavelmente servem aqui café queimado. Não perdes nada. Então, queres utilizar a chave e entrar no [[apartamento|Hall de entrada]]?Entras na sala de estar e tens que piscar os olhos. Tanto luxo, tanto ouro num só lugar que até se pode cheirar a ostentação no ar. A primeira estrutura doméstica que te capta a atenção é a lareira de tijolo avermelhado que está em frente da porta, no lugar central desta sala. Numa prateleirinha, que tapa com cuidado a lareira, encontram-se um, dois, três, espera, é preciso contar, nove, dez… dez (link: "matrioscas")[conjuntos de bonecas semelhantes, de vários tamanhos, que se vão encaixando umas dentro das outras], conhecidas também como bonecas russas. Permite que nos concentremos um minuto nestes brinquedos, porque não é comum achar matrioscas numa casa portuguesa. Têm elas uma forma simples e arredondada, feitas de madeira e pintadas, parecem uns //souvenirs// baratos de Kaliningrado. Mas olha para a complexidade dos motivos pintados, são eles que dão uma certa sofisticação às bonecas! Cada matriosca “veste” um traje tradicional campesino de cor diferente, pintado com tantos detalhes que qualquer uma delas podia fazer parte de uma exposição de museu, de tão bonitas que são.
<img src="https://4.allegroimg.com/s400/017a8f/a38bd6504bcba6594686914049c4" />
Em cima da lareira, na parede, está colocado um espelho enorme numa moldura dourada em que se vê o reflexo daquilo que se localiza na parede em frente: uma pintura de Edgar Degas, um artista francês, conhecido pelas obras que mostram os mais belos e subtis cenários do mundo do balé.
<img src="http://www.chcewiedziecwiecej.pl/zdjecia/29.jpg" />
Esta peça de arte não é nenhuma exceção. Intitulada “Prima Ballerina”, a obra apresenta uma bailarina jovem, que está no primeiro plano do lado direito, capturada numa pose de dança com os braços levantados e com um só pé posto no chão. Não se vê a outra perna porque está escondida atrás do vestido de tule, branco e decorado com flores outonais. Em vez da cabeça da rapariga vês uma mancha negra, que não existe no original que está no Museu de Orsay. O fundo da obra está pintado com cores mais escuras e mostra o público que observa a dança da jovem. Veem-se só parcialmente essas pessoas: uma silhueta de homem (a cabeça está escondida), a parte esquerda de uma rapariga com um vestido de tule amarelo e as pernas de duas outras bailarinas. Parece que estas personagens assistem ao espetáculo detrás da cortina. Seria uma obra maravilhosa se não estivesse destruída.
Debaixo da pintura, junto à parede, está localizado um sofá de pele negra que se encontra normalmente em casas dos ricos. Diante do sofá, vês uma mesinha de centro, redonda, sem nada posto em cima dela. As patas da mesa, de cor dourada, claro, maravilham com a sua forma extraordinária que parece um cisne ou um outro pássaro. No chão, encontras uma alfombra bordô com elementos dourados, tão chique que até os antigos persas, com certeza, apreciariam a sua beleza. Na parede, à tua esquerda, estão prateleiras com várias molduras douradas e cor-de-rosa com fotografias de uma bailarina linda a dançar, alguns livros em russo, um gramofone do qual vem a música de Tchaikovsky, muitos discos e vasos com rosas brancas.
Debaixo das prateleiras está localizado uma "chaise longue", aveludada e de estilo "vintage", que com a sua forma cómoda nos convida a deitar e passar alguns minutos descansando como um aristocrata. Viras à direita e estás em frente de uma janela enorme que dá para o paraíso, ou seja, tem vista para o Jardim do Príncipe Real com todas as suas maravilhas naturais. Junto à janela encontram-se cortinas de alta qualidade da moda //jacquard//. Não há muito mobiliário aqui, só as peças necessárias, mas todos os móveis tem um toque de luxo, foram bem escolhidos por uma pessoa que gosta de se rodear de objetos bonitos, de estilo retro e de cor dourada. Olhando novamente para esta divisão ficas com a impressão de que estás num museu ou numa sala de uma casa do século XIX.
Queres ficar aqui e cheirar um pouco mais da riqueza, sentando na [[chaise longue|Chaise longue]] e ver se vale a pena gastar 5 mil euros para ter um móvel tão chique. Podes ainda voltar ao [[hall de entrada|Hall de entrada]].
(if: (history: ) contains "Hall de entrada" and (history:) contains "Casa de banho")[ Estás a ouvir a melodia de "Teletubbies". Ah sim, é o teu [[telemóvel|Chamada]] que está a tocar! ]
<iframe width="0" height="0" src="https://www.youtube.com/embed/9cNQFB0TDfY?autoplay=1" ></iframe>Agora estamos na [[cozinha|Cozinha1]]. Parece ser bastante bem pensada e organizada. Logo, à primeira vista, consegues ver que tudo o que está aqui, não está cá por acaso, e é muito provável que algum especialista em interiores tenha projetado este espaço. Não há muitas coisas nesta divisão, sente-se até uma austeridade. Mas há um pormenor que te estranha ainda mais. A ausência de um frigorífico. Pronto, a cozinha está decorada em estilo anglo-saxónico, portanto os armários da cozinha, o chão, o fogão estão dentro da estilística monocromática entre o verde e negro. As bancadas são feitas de mármore, da melhor qualidade e dureza possível. E estes armários... parecem ser interessantes...
Queres ver o que está dentro dos [[armários|Armários]]?
Não interessa, [[vamos continuar|Mais da cozinha]]. Não quero que pensem que sou um "stalker".
(if: (history: ) contains "Hall de entrada" and (history:) contains "Casa de banho")[ Estás a ouvir a melodia de "Teletubbies". Ah sim, é o teu [[telemóvel|Chamada]] que está a tocar! ]Entras na casa de banho. Foi aqui que, na verdade, tudo começou, porque na banheira se encontra um corpo feminino. Logo chega um funcionário da polícia que entra na casa de banho sem bater à porta, comportando-se como se morasse neste apartamento. Veio com explicações acerca da morta e com o cartão de cidadão da mesma senhora.
Agora o que vais fazer?
[[Vou falar com este gajo, de certeza sabe mais do que eu|Falando sobre o corpo]].
De momento, não posso falar porque fiquei com náuseas depois de ver este cadáver nu. Vou ver a [[casa de banho|Mais de casa de banho]] porque parece muito sofisticada. Tudo o que encontras aqui segue o estilo barroco, com exagero e abundância. A cama, muito grande, é como se tivesse sido literalmente tirada de um destes contos de Ch. Andersen sobre a princesa que dormia em cima de cento e um colchões. Obviamente, há também um cortinado de leito. Clássico. Além disso, há uma multidão de travesseiros, almofadas, cobertores, mantas e não sei que mais. Tudo feito de (link: "cetim")[tecido de seda muito fino, macio e lustroso] de cor vermelha.
Tudo parece bastante bem arrumado, e a cama também está feita. Vês uma porta. Queres ver o que está lá [[dentro|Porta]] ou [[não|Não abrir]]?
Ah! Ah! Ah! Que móvel! Que comodidade! Que forma! Apetece ficar aqui para sempre ou pelo menos até ao fim do dia. Mas se queres ganhar dinheiro suficiente para poder comprar uma //chaise longue//, tens que [[te levantar|Sala de estar]] e continuar a tua investigação.
<img src="https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/736x/da/ae/8d/daae8de1a5e70d1d8d04cf127aeed9b6.jpg" />Okay, realmente, não há dúvida, és mesmo um abelhudo… Tens a certeza que queres ver o que está lá dentro? Então [[abre-o|Dentro dos armários]].
Portanto, ainda estamos na cozinha, mas em boa verdade parece que esta senhora não era uma pessoa muito caseira. Sobretudo porque falta aqui um toque feminino. Claro, tudo está muito bem decorado, mas tens um sentimento de que falta aqui alguma coisa. Por outro lado, há um elemento, lá em cima da mesa, um samovar. Isto faz-nos pensar que ela podia ser da Rússia ou em geral do Leste. Deste modo, já sabes por que é que a única coisa que ela tinha nos armários era chá — chá de jasmim. Uma delícia, mas caro p´ra caraças! Junto ao (link: "samovar")[pequeno vaso que serve para aquecer os líquidos] há mais um elemento russo. Um quebra-nozes de prata. Mas porque é que numa cozinha onde não há nada nos armários, nem frigorífico, nem até nozes, há um [[quebra-nozes|Quebra-nozes]]? E para mais, é feito de prata.... Nas gavetas dos armários encontras só uma colher, um garfo e uns pauzinhos para sushi. De resto, parece que nesta cozinha falta muita coisa. Quer dizer, há um micro-ondas, um forno, e até um lava-louça. Obviamente tudo isto com mil e uma funções. A mesa redonda de madeira, muito escura, laminada, parece que é de cortiça. Além disso, duas cadeiras, muito simples, baixas, cobertas de um tecido muito fino, será que é de cetim? Agora podes [[sair|Hall de entrada]] daqui ou verificar se as cadeiras estão mesmo cobertas de [[cetim|Cadeiras]].
É óbvio que era cetim… bastava apenas tocar nelas.
Volta ao teu [[trabalho|Mais da cozinha]]Pelos vistos és mesmo muito teimoso. Portanto, para tua informação, dentro das prateleiras há apenas… ar armazenado. Pois. E nada mais. Então será que ela se alimentava só de energia solar ou de ar fresco? Porque é que não há nem sequer um alimento, nem um saco de farinha ou um pacote de arroz?
Já sabes tudo o que querias saber e podes [[fechar|Cozinha]] estes armários.— Boa tarde, senhor detetive!
— Boa tarde, João! — dizes. — Diz-me lá o que é que temos aqui e quem é, ou melhor dizendo, quem foi esta nossa beleza morta.
— Então, do que conseguimos saber sobre ela, é o seguinte. Chamava-se Tatiana Kurnikova. Claro, veio para aqui da Rússia. Era uma primabalerina na nossa Ópera Nacional. Dava também aulas de balé, mas só aos ricos, pagava-se imenso pelas aulas dela, mas parece que valia a pena, porque era considerada a melhor professora aqui em Lisboa. Como já disse, era russa, morava sozinha, mas às vezes tinha hóspedes que ficavam aqui poucos dias. A última peça em que ela dançou foi “O lago dos cisnes”. Até parece que ela morreu durante as preparações para a estreia que vai ser hoje… Ehh... parece que já não porque sem ela já não vai ser a mesma coisa. Ela era filha de um dos potentados dos negócios do gás, por isso o luxo aqui sai de todos os cantos. Pronto, você queria saber mais alguma coisa?
— Acho que não. Obrigado, João! Disseste-me bastante sobre ela. Portanto deixa-me agora sozinho para poder pensar.
— Com certeza, senhor detetive! Já me vou embora. Também já avisei as equipas técnicas que vão analisar a cena do crime.
O sargento João já saiu e tu ficaste sozinho. Lembraste-te de que ainda não observaste a casa de banho e decides [[fazê-lo agora|Mais de casa de banho]], sentindo náuseas.
Enquanto lutas contra as náuseas (não te preocupes! Isto acontece até aos melhores!), observas esta divisão. A casa de banho é mesmo espantosa. Este efeito, na maioria, é causado pelo excesso de luxo que aqui se encontra. No meio da divisão está uma banheira. Mas obviamente não é uma banheira qualquer. Os quatro pés que a suportam são patas de leão douradas. Logo se percebe que a senhora tinha uma certa obsessão acerca da limpeza, porque a banheira é mais branca do que a neve. Há um espelho grande e redondo em frente da banheira. As toalhas estão penduradas todas da mesma forma, como se existisse uma linha invisível ao serem colocadas. Os teus olhos passam agora para o lavatório e… exatamente, sim, é isso mesmo. As torneiras são feitas de ouro. Já te sentes como numa telenovela russa. Agora ficas só à espera do Putin. Em cima do lavatório, na prateleira, consegues ver vários perfumes dos melhores desenhadores da moda. É mesmo uma coleção de luxo! Logo que se entra na casa de banho o cheiro destes perfumes fica no ar e cria um ambiente muito misterioso e agradável.
Já passaram os piores momentos e já podes [[voltar|Corpo]] aos assuntos mais sérios.
E assim chegou o momento em que decides confrontar-te com a vítima. Ela está mesmo na banheira, submersa porque durante o ato da matança estava a tomar banho. À primeira vista, não se veem nenhuns vestígios de agressão ou luta no corpo dela. Mas além dela, há mais alguma coisa mergulhada na água. Um secador de cabelo. Sim, foi assim que ela morreu. Que morte tão estúpida! — pensas. E logo aparecem lágrimas nos teus olhos, como compaixão por este acidente que tirou a vida a esta mulher tão admirável. Mas pronto, é a vida!
Já viste tudo o que querias ver. Queres [[sair|Hall de entrada]]?Isto era mais que óbvio… é apenas o guarda-roupa. Mas para dizer a verdade nunca na tua vida viste um guarda-roupa de tal tamanho. Vestidos elegantes, curtos, longos, pretos, brancos, saias de lantejoulas, de renda, camisas de seda japonesa, e muitos, imensos vestidos de tule. Meu Deus, esta senhora podia até abrir uma loja de roupa! Aqui encontras ainda sapatos, todos os tipos de sapatos: botas de cano médio, de cano baixo, de cano longo, espadrilhas, sapatilhas, sandálias, ténis e sapatos de salto alto de todas as cores do mundo, até daqueles cujos nomes não conheces.
Que mulher! Queres ver mais do [[quarto|Mais do quarto]] dela?Fizeste muito bem! O que estava lá atrás da porta, provavelmente, eram apenas montes de roupas e sapatos. Nada de interessante e não temos tanto tempo para gastar e ver todas as coisas. [[Vamos lá|Mais do quarto]]
Na mesa de //toilette//, há mais uma vez uma imensidão de coisas para maquilhagem e perfumes. Queres cheirar um deles portanto, tiras a tampa para cheirar o perfume, quando, de repente consegues ver um pormenor que não bate certo com o resto das coisas. Há uns [[perfumes|Perfumes]], mais ao fundo que não são de mulher, mas de homem… Claro que são diferentes porque é a água de Colónia, usada por verdadeiros //gentelmen//.
<img src="https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/564x/08/ba/7e/08ba7ee814e051851b4cf49b04342341.jpg" height="300"/>
O cheiro dos perfumes deu-te dor de cabeça. Queres [[sair|Hall de entrada]] daqui?
Já entraste na esquadra da polícia, onde vai decorrer o interrogatório com a senhora que trabalhava na casa da russa morta (assim disse, o comissário de Lobo). Pronto, a velha e boa esquadra. Na verdade trata-la como a tua segunda casa. Já tantas investigações acabadas com êxito, tantas horas passadas aqui. Entras pela primeira porta e vês dois sargentos que te mandam saudações cordiais. Sem estes velhinhos, este lugar não seria a mesma coisa. Depois passas pelo corredor. Entras na sala maior, tipo "open-space". Já os vês a todos. A equipa toda. Cada uma destas pessoas faz parte integral da equipa do departamento de investigações de crimes. Mas, na verdade, o que mais interessa aqui é o ambiente. É tão relaxante que, às vezes, alguns se esquecem de que estão a trabalhar. Em vez disso, isto é, de trabalhar, o Miguel, um dos informáticos tira o seu ukulele e começa a cantar uma canção que te parece ser uma mera imitação de Lady GaGa.
MIGUEL — Guys! — diz o Miguel. — Querem ouvir a minha novíssima versão de "Don't you want me baby"? Passei a tarde inteira para a inve…
JOSÉ MARIA — Cala-te, estúpido! Volta lá mas é ao trabalho! Daqui a pouco já vai ser a hora do almoço e temos que nos despachar! — gritou-lhe José Maria.
José Maria é o mais velho daqui, e também é o coordenador da maioria das investigações, inclusive a tua. Mas sabes que não há melhor chefe do que ele. Dá-te sempre muita liberdade no teu "modus operandi", e por isso não te sentes muito abafado.
* [[Falas com o José Maria|Small talk]].
* [[ Fazes o teu trabalho, precisas de dinheiro, não de amigos.|Interrogatório]].
Já quase que chegaste ao segundo andar, mas tens que parar a meio do caminho por causa da falta de ar. Pronto, é porque fumas demasiado. Preparas-te para investigar uma desconhecida que é suposta ser a empregada de limpeza da casa da Dona Tatiana. Estás muito curioso por saber como é que ela era, como é que se comportava, o que gostava etc.
Portanto, já chegaste e vamos lá ao "showtime"! Entrando na sala onde se realizam todos os interrogatórios, chamada aqui a sala de torturas, vês que a tua testemunha já está lá, esperando serenamente. É uma mulher negra, de cinquenta e tal anos, vestida de maneira modesta. A sua cara não revela nenhumas emoções, não se sabe se ela está com stresse ou se ela ficou traumatizada depois de ter visto o corpo da sua chefe, e isto deixa-te um pouco ansioso. Ora bem, não te preocupes, com certeza vai correr tudo bem, ela vai dizer tudinho. Afinal, és um profissional, não é o teu primeiro interrogatório. A propósito, ainda te recordas do teu primeiro? Que emoções, ficaste tão orgulhoso de ti! Não importa, voltando à realidade. Estás pronto? Vamos começar esta cena!
* [[Diz-me quantos euros ganhavas lá?|Duro, agressivo]]
* [[Boa tarde, sou o detetive Jogador, sou responsável pelo inquérito sobre a morte da sua patroa, Tatiana Kurnikova. Como foi a senhora que encontrou o corpo, tenho que lhe fazer algumas perguntas.|Compreensivo]]
* [[Olha lá, ó minha avozinha, ou me dizes o que é que se passou lá em casa e tudo o que sabes ou vais limpar a sanita lá de casa. Estás a perceber?|Irónico]]
A mulher olha para ti, mas este olhar é vazio. A cara dela não expressa nada. A empregada fica calada e não diz nada. Tentas outra vez.
* [[Porque estavas em casa da vítima?|Duro, agressivo 1]]
* [[Mataste a tua patroa por causa de dinheiro?|Duro, agressivo 2]]TU — Primeiramente, queria que a senhora se apresentasse.
Sim, é um bom início. A tua voz não denuncia a tua ansiedade.
EMPREGADA — Fatumata Graciosa. Da Guiné Bissau, dos fulas. Empregada de limpeza. Trabalhando para dona Tatiana vários meses — diz a mulher, mantendo a calma. Do tom de voz deduzes que ela é na verdade uma boa pessoa e que vai colaborar contigo. Só precisas de uma boa estratégia.
TU — A sua vida num país estrangeiro de certeza que não deve ser... A senhora deve ter muitas saudades da sua terra, não é verdade?
A expressão da cara dela muda, aparece a sombra da tristeza.
EMPREGADA — Sim, muitas. Aqui tão sozinha, sem familiares, sem filha. E minha filha tão bonita, sabe? E agora ela lá e eu aqui. E eu não gosto de estar sozinha. Mas a vida é assim. Como a Dona Tatiana, uma hora viva, outra já não tão viva. Perca grande. Muito bonita, quase como minha Ramatulai. E como ela dançava, esta Dona Tatiana!
Os olhos da senhora Graciosa ficam cheios de lágrimas, mas não sabes se é por causa das saudades ou da morte da russa, talvez existisse entre elas uma relação próxima, uma relação como mãe e filha. É preciso investigar esta possibilidade.
TU — Com certeza é uma perda enorme para o mundo do balé.
* [[A senhora pode dizer-me como se trabalhava na casa da Dona Tatiana, como a sua chefe a tratava?|Compreensivo 1]]
* [[Como a senhora descreveria a Dona Tatiana?|Compreensivo 2]]
A senhora soprou brandamente e olhou para ti. Uma boa pergunta, já ganhaste a confiança dela, estamos em casa.
EMPREGADA — Bom dinheiro, não posso fazer queixinhas. Mas duro, muito duro. A Dona Tatiana gostava de limpeza, brilho em todo o lado. Passava eu horas a polir e polir, cada coisa tinha que brilhar. Uma vez poli mesinha uma hora e Dona Tatiana disse que não era suficiente, que não brilhava. "Mais brilho, mais brilho" gritava e eu poli, poli uma hora mais. Bonita era, casa também bonita, limpa, mas para ela não tão limpa, eu ia lá muitas vezes só para limpar coisas limpas, percebe, senhor?
TU — Sim, compreendo perfeitamente — respondes. Não ouviste informações úteis e por isso decides fazer outra pergunta. — A senhora pode dizer o que aconteceu hoje? Como a senhora encontrou o corpo? Foi dia de trabalho? (link-reveal: "A senhora viu alguém em casa?")[
EMPREGADA — Limpei o que não estava sujo, quase todos os dias, e polia e polia, já estava farta. Mas bom dinheiro, não posso queixar — continua a falar como se não tivesse ouvido as tuas perguntas. A senhora Graciosa precisa de falar, sente-se sozinha e tu és a primeira pessoa que se interessou por ela e pela vida dela. Tentas não mostrar a tua impaciência, tens que continuar a tua estratégia de homem cordial. — Sabe quando ficava contente? Quando podia fazer lá algo mais do que polir, quando havia coisas para deitar fora. Tenho cinquenta e dois anos, a minha saúde ainda boa, mas não sei quando vai acabar. Já tenho dores nas costas, é porque todos dias pulo e pulo, não é muito cómodo. Dona Tatiana boa, fria, mas meu Deus, essa obsessão com brilho. Sim, hoje trabalhei, só poli coisas, não havia caixas com comida para deitar fora, tantas caixas que encontrava às vezes, e ela tão magrinha, comia tudo isso sozinha, não sei. O que eu estava dizendo? Ah sim, de manhã trabalhei, poli como sempre, quando ia sair, vi a Dona Tatiana. E foi ela a casa de banho, limpar-se porque hoje tem, ou já não tem, mostra importante. E eu saí, fui a outra casa para limpar e lá vi que me tinha esquecido de um detergente para polir todas as superfícies, muito bom, pule tudo perfeitamente. Sem o detergente não dava para polir. Lembrei-me de que poli banheira de Dona Tatiana e sim, tinha que voltar e buscar o meu detergente. Não só Dona Tatiana gosta de brilho. Voltei lá e fui a casa de banho. E Dona Tatiana deitada lá na banheira, debaixo de água, que medo. Horror, digo ao senhor, horror, ela era tão bonita e tinha obsessão com brilho.]
(link-reveal: "TU — E a senhora não viu ninguém lá na casa, ou pelo menos, no corredor do edifício? — perguntas, porque já sabes que a russa gostava do brilho, mas queres saber mais.")[
EMPREGADA — Não — responde a mulher. Uma resposta tão curta e nada de queixas do brilho? Incrível. Reparas que a senhora ficou um pouco deprimida e cansada. O teu tempo está a acabar.]
(link-reveal: "TU — E a senhora sabe se ela tinha visitantes de vez em quando?")[
EMPREGADA — Só caixas com comida. Ninguém e nada mais. Falava muito por telemóvel, não em português, e eu não percebia nada. Não sei com quem, ela não dizia nada para mim. Só "Mais brilho, mais brilho" — diz a mulher e baixa a cabeça. Já é possível ver que não vai dizer nada mais.]
[[Provavelmente já sabes tudo o que devias saber|Final 1]].
EMPREGADA — Fria, muito fria, mas boa. Dava muito dinheiro para eu polir coisas. E polia muito, você tem que saber, ela tinha uma obsessão com brilho. Ela não falava muito comigo, mas era sempre cordial. Além dos momentos quando repetia "Mais brilho, mais brilho". Falava muito por telemóvel, mas eu não percebo a língua dela. Desculpe, não sei muita coisa sobre ela. Tão fechada.
TU — A senhora viu alguém alguma vez na casa da Dona Tatiana?
EMPREGADA — Não. Nunca. E a Dona Tatiana passava lá pouco tempo, penso eu, porque a casa estava sempre limpa. Limpinha. Só às vezes encontrava caixas com comida, sushi ou algo assim, muitas caixas, até ficava a pensar se ela comia tudo isso sozinha, porque a Dona Tatiana magrinha era.
Estás muito contente com este interrogatório, até agora não tiveste nenhuns problemas. Já estabeleceste uma boa relação com a tua interlocutora, já podes [[fazer perguntas mais concretas|Continua]].
A mulher sai da sala, deixando-te sozinho. Com base nestas informações que recebeste podes [[continuar o teu inquérito|Fim]] e encontrar o verdadeiro assassino (que não é o secador).EMPREGADA — Trabalho. Hoje foi dia de trabalho — respondeu assustada, sem piscar os olhos. Boa, tens o controlo sobre ela, daqui a pouco vai dizer-te tudo o que quiseres.
TU — Então isto quer dizer que teve a possibilidade de a matar, né?
És duro, poupas nas palavras, mas ao mesmo tempo pronuncia-las muito claramente, isto faz parte da tua estratégia. Que bom que a tua mãe não está aqui! Vendo isto, provavelmente não te daria sobremesa. Olhas para a testemunha. O teu olhar é muito intenso. Tentas não mover nenhum músculo da tua cara, isso dói, mas essa dor é doce. A sala de tortura está cheia de um silêncio entrelaçado no som das vossas respirações. A mulher também não se mexe, até parece uma figura de gelo. Os olhos dela são grandes, cheios de medo.
TU — Mataste ou não? — perguntas, batendo com um punho na mesa. Os teus meios não são muito delicados. A mulher continua silenciosa. 5 minutos depois, levanta-se e sem dizer nada, [[sai|Fim]] da sala.EMPREGADA — Tenho dinheiro suficiente, talvez não muito, mas não posso queixar-me. Sou dos fulas e nós não matamos por causas tão estúpidas como dinheiro, não somos como vocês europeus! Temos a nossa honra! Idiota! Acusar uma mulher inocente de assassinato e falar desta maneira! Foi assim a tua mãe te educou? O que ela diria vendo que tratas uma mulher mais velha deste modo? Não tens vergonha, nem boa educação! Eu assassina?! Não vou perder aqui mais tempo, tu devias era estar a falar com esse visitante que estava à espera da Dona Tatiana e não comigo. Não posso enervar-me, tenho cinquenta e dois anos, a qualquer momento, posso ter um ataque cardíaco. Vou-me mas é embora, e tu repensa o teu comportamento e liga para a tua mãe e diz-lhe como é que tratas as velhotas!
A mulher levantou-se com ímpeto, derrubando a cadeira e saiu imediatamente [[deixando-te|Final 2]] sem palavras. Como o interrogatório acabou, sais da sala, muito perturbado. Os teus pensamentos misturam-se como as bolas durante o sorteio do Euromilhões. Sim, agora precisas de um bom cafezinho para repensar tudo do início.
[[Continuar|Cafezinho]]Recebeste uma chamada importantíssima do comissário Nuno Lourenço Maria Filipe Conceição Espírito Santo de Lobo que ligou para te informar que na esquadra da polícia está à tua espera uma testemunha que encontrou o corpo. Tens que vir cá o mais rápido possível para a interrogar porque infelizmente não és o Sherlock Holmes e ninguém vai esperar por ti uma eternidade. "Quando vai este dia acabar?" perguntas-te, apanhando um táxi.
Dentro do carro, lembras-te da beleza da chaise longue e recuperas o ânimo, estás motivado de novo. Aproveitas esta viagem para admirar a beleza outonal da tua cidade. Lisboa, ah Lisboa, tão maravilhosa em cada estação do ano! Nenhum lugar no mundo é tão luminoso, tão encantador, tão inspirador! (Okay, provavelmente existem tais lugares, simplesmente não viajaste muito, porque és um "workaholic" e raramente sais da tua cidadezinha.)
O sol derrama luz sobre os prédios arruinados, como se estes fossem estrelas no palco a dizer um dos monólogos de Hamlet. Será que um dia o governo se decide a renovar aqueles edifícios? E se eles fossem restaurados, Lisboa continuaria ser a mesma cidade sem aquelas ruínas? Bem, não vamos concentrar-nos em questões tão frágeis, não és nenhum Macbeth.
(link-reveal: "Voltando à lindeza de Lisboa", )[, reparas nos grafitos que decoram os prédios, que joias! Com certeza que Lisboa é um domicílio para os grandes artistas, sabem eles como embelezar a sua cidade e atrair os turistas. Mas não é só o tempo, as ruínas e os grafitos que criam uma atmosfera mágica. Também a gente na rua, movendo-se com tanta lentidão (e não é por causa da aproximação do lusco-fusco que se deslocam com tanta pachorra, são vagarosos porque são portugueses, claro), sem pressa, influenciam a ambiente da cidade.]
Bem, como nada na vida dura eternamente, também a tua viagem acaba. Pagas 10 euros ao taxista, sais do carro e enfrentas um prédio que conheces tão bem que às vezes o confundes com a tua própria casa.
Entras na [[esquadra|Esquadra]].
Alguém ia visitar a nossa russa, foi o que claramente disse a empregada. E a primabalerina conhecia esta pessoa, estava à espera dela. [[Interessante|Fim]].EMPREGADA — Desculpe? Você pode repetir? Eu não percebir o que dizer — diz a empregada com uma expressão de rosto bem triste, misturado com um toque de susto e com a voz melancólica.
TU — O seu português está mais estragado do que o meu GOLF da 4.ª geração. — E agora começaste a dar uma gargalhada tão alta que já todos na esquadra te estão a ouvir. Mas calma! Lembra-te de quem és! Para com esta brincadeira. Já te acalmaste? Então comporta-te e volta ao assunto sério! — Temos que arranjar algumas coisas para tudo funcionar bem. Eu agora vou perguntar-te e tu vais responder. Fácil, rápido e barato, quase como a tua profissão. Hahaha!
EMPREGADA — Não é engraçado…
Consegues notar que a empregada passou de muito assustada a muito magoada. Vais provocá-la ainda mais!
[[TU — Ok, então diz lá o que é que tu estavas a fazer lá na casa da morta? Estavas a arranjar as matrioscas ou a contar os sapatos que ela tinha, era?|Irónico 1]]EMPREGADA — Nem um nem outro. — Ela já não tem vontade quase nenhuma de colaborar contigo. As rugas na cara dela ficam ainda mais bem marcadas e por isso ela parece estar mais irritada.
TU — Então diz o que sabes? — gritas a toda a garganta.
EMPREGADA — Eu saber nada. Você ser muito grossoeiro! Eu não deixar ser assim! — A cara dela torna-se cada vez mais vermelha.
TU — Olha, ou vais falar e colaborar connosco ou vai é para África de onde chegaste! — A veia na tua testa parece que vai rebentar, por causa da sua ira.
EMPREGADA — Pronto. Eu vim-me embora. Acabou todo. Adjeus mister detective! — diz a empregada de limpeza, mesmo muito irritada. Ela levantou-se, virou as costas e saiu da sala de interrogatório.
Na verdade desta vez exageraste... logo com essas palavras sobre a sanita, no início. As coisas não correram como querias. Ehh então parece que temos de começar do zero. [[Não tens que agradecer|Fim]].
EMPREGADA — Foi assim. De manhã muito trabalho, as coisas não se pulem sozinhas, não é? Então fui para lá, a casa vazia, Dona Tatiana fora, poli, poli e poli. Quando já queria sair de lá e ir a outra casa para polir, entrou correndo a Dona Tatiana e tirou sapatos. Tinha que estar com pressa, porque não verificou se tudo brilhava como devia brilhar. E disse só: "Cara Fatumata, bom dia, sei que devia pagar-lhe hoje, mas estou com pressa, tenho uma visita daqui a pouco, da próxima vez pago, prometo" e foi para a casa de banho. Pus sapatos em ordem e saí. Depois, já noutro trabalho, reparei que não tinha o meu "Lava-Tudo" sem o qual não dá para limpar, polir, sabe, é o melhor detergente, importado da Sérvia, então tive eu que voltar à casa de Dona Tatiana e buscar o meu "Lava-Tudinho". Pronto, voltei e fui à casa de banho. Limpo sempre a casa de banho no fim, porque a Dona Tatiana tem uma obsessão com a banheira, tem que estar branca como a neve. Entrei e lá…. você sabe o que encontrei lá, por favor, não quero contar o que vi. Pobrezinha. Era fria, mas boa, não sei porque alguém matou a Dona Tatiana.
(link-reveal: "TU — A porta da casa de banho estava aberta?")[
EMPREGADA — Vi o corpo da Dona Tatiana, o senhor pensa que ainda me lembro se a porta estava fechada ou aberta? Desculpe, já disse tudo e não me sinto bem, que emoções. Posso ir já?]
Sabendo que ela não vai continuar esta conversa, deixa-la em paz. Chega por hoje.
TU — Obrigada por tudo. Lamento que a senhora tivesse visto aquela cena criminosa. Boa tarde.
EMPREGADA — Nada acontece por acaso, nós dos fulas sabemos isto. Pobrezinha da Dona Tatiana. Adeus — diz a mulher, fica uns segundos calada e depois suspira, levanta-se e sai.
[[Ficas sozinho|Final 2]].TU — Não havia sinais da presença de outra pessoa na casa da sua chefe?
EMPREGADA — Até nem havia sinais da presença dela, digo eu! Dona Tatiana passava mais tempo fora. Tipo, a ópera era a casa da Dona Tatiana.
TU — Então, a senhora não sabe se ela tinha inimigos?
EMPREGADA — Não. Tudo o que sei sobre ela já disse. Fria, fechada, generosa, picuinhas, falava muito por telemóvel. E magrinha. Nada mais. E gostava de sushi.
Observas a mulher. Os seus olhos ainda brilham de lágrimas, um canto da boca está levantado. Vendo esta expressão de miséria na cara dela, ganhas segurança de que ela está a dizer a verdade. Não é muito benéfico para o teu inquérito, mas falta ainda uma pergunta importante.
TU — Por favor, [[conte-me|Continuação]] o que aconteceu hoje. Como é que a senhora encontrou o corpo?JOSÉ MARIA — Boa tarde, senhor detetive! Que tipo de prenda lhe ofereceu hoje Lisboa e os seus cantos mais obscuros? — pergunta o José Maria.
TU — Boa tarde, dom José. Na verdade nada de especial, só uma russa morta na sua banheira. Aii, que estupidez mesmo. Acho que vamos logo acabar este caso. Só mais um acidente, como vários outros.
JOSÉ MARIA — Mas sabe, detetive Jogador, que, às vezes, casos destes acabam por revelar o seu lado mais obscuro, e não são tão bonitinhos e fáceis como nós queremos que sejam.
TU — Pois! Mas vamos ver como é que é na verdade. Daqui a 15 minutos vou interrogar a senhora que trabalhava lá como empregada de limpeza.
JOSÉ MARIA — Pronto, então boa sorte "menino" — diz o José Maria e entra na casa de banho.
E tu voltas ao teu [[trabalho|Interrogatório]].Bem, bebeste o teu cafezinho, estava um pouco queimado, mas não importa, deu-te forças suficientes para continuares a tua investigação. Na verdade, tens pouquíssimas informações sobre o caso, mas é o primeiro dia da investigação, não te preocupes, nem Roma, nem Pavia se fizeram num dia. Resolves ir à verdadeira casa da Tatiana Kurnikova, ou seja, ao Teatro Nacional de São Carlos e lá alargar a tua pesquisa.
[[Vamos ao teatro.|Teatro]]
<img src="http://c3.quickcachr.fotos.sapo.pt/i/B8b14871c/14889064_MfBwc.jpeg" />“To be or not to be that is the questão”… espera aí, mas quem é que disse isto? Não foi Camões ou um outro tipo, o Cervantes, por exemplo? Não interessa. Aha de certeza que foi o Dickens! Bem, o que interessa é que chegaste a essa questão porque estás em frente do enorme edifício do Teatro Nacional de São Carlos. E perguntas a ti próprio, que grande sorte te trouxe aqui. Às vezes a vida é uma coisa ridícula. Mas pronto, não vamos passar o dia inteiro a contemplar quem disse uma ou outra frase.
[[Entras no teatro|Porteira]] não sabendo exatamente o que é que queres fazer ali.
[[Entras no teatro|Investigação no teatro]] com o objetivo de o investigar.
<img src="https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/564x/56/f4/e5/56f4e559e43ac1e10333bc8b8b845459.jpg" height="300" />
Caramba! Que lugar sofisticado e luxuoso! Sentes-te um pouco desconfortável com a tua roupa //casual//, tens que começar a vestir-te com mais elegância para o trabalho. Dás uma olhada ao lado direito e depois ao esquerdo. Não há aqui ninguém e isto desperta em ti uma sensação de estranheza. De um lado isto deixa-te contente, porque ninguém verá o teu //faux pas// com o vestuário, mas por outro é uma situação esquisita. A final, é o Teatro Nacional, devia estar cheio de pessoas prontas a gastar todas as suas economias para ver uma das peças de Mozart! E onde estão os empregados, não deviam trabalhar aqui? Ora bem, não tens nenhumas dúvidas aonde ir agora. É óbvio que os atores, quando não estão no palco, escondem-se nos seus camarins.
Vais procurar o [[camarim|Camarim]] que pertenceu à Dona Tatiana.
<iframe width="0" height="0" src="https://www.youtube.com/embed/HezLat7JrQ4?autoplay=1"></iframe>Não é tão fácil encontrar o camarim que pertenceu à senhora Kurnikova, mas como és um detetive excelente, depois de ver um ou dois quartos, consegues encontrar a divisão certa. Parabéns!
Espera, espera. Tens a impressão estranha de já teres visto este quarto, e foi hoje. Não é uma impressão falsa, pois o camarim está decorado ao estilo da sala de estar do apartamento da nossa bailarina. O mesmo espelho numa moldura dourada, uma pintura de Edgar Degas, um sofá de pele negra, uma alfombra bordô, uma mesinha de centro com as patas que parecem um cisne ou um outro pássaro, umas matrioscas, uma //chaise longue// (ah, sim! Uma //chaise longue//! Vale a pena trabalhar muito para enfim poder comprar esta maravilha. Um detalhe chama a tua atenção e é uma caixinha (dourada, claro) posta em cima de mesinha. Pegas nela e tentas abri-la, mas está fechada.
A VOZ — Não dá para abrir.
[[Continuar|Quem é?]]Ficas assustado, pois não ouviste nenhuma pessoa a entrar. Viras-te e enfrentas uma mulher jovem de, mais ou menos, 30 anos.
MULHER — Só a senhora Tatiana tinha a chave para esta caixinha. Levava-a sempre com ela, até quando ia aos ensaios. Tinha um colar com aquela chave pendurada.
TU — Quem é você?
MULHER — Eu é que devia fazer essa pergunta. O senhor encontra-se no meu território. Eu trabalho aqui e não o conheço.
TU — Peço imensa desculpa, esqueci-me de apresentar. Sou o detetive Jogador, responsável pelo inquérito sobre a morte da Tatiana Kurnikova. Conheceu-a bem?
MULHER — Espere, espere, não vai interrogar-me, não tem o direito. Aliás, não sei nada sobre a senhora Tatiana. Trabalho aqui só há duas semanas, estou a substituir a minha colega que deu à luz há pouco tempo.
Dás uma olhada à mulher e vendo a serena expressão da sua cara concluis que ela é uma pessoa de confiança.
TU — Então porque é que me falou sobre [[aquela chave|Resposta]]?MULHER — Porque vi que o detetive estava a tentar abrir a caixinha.
Uma mulher que não fala muito e que é muito concreta. Incrível!
TU — Sabe o que é que a senhora Tatiana guardava lá?
MULHER — Não faço a mínima ideia, nem quero saber. Só suponho que fosse uma coisa valiosa, preciosa, porque tantas vezes pedi à dona Tatiana para tirar aquele colar e ela recusava sempre. Eu repetia que não era seguro dançar com o colar, mas ela nem queria ouvir-me.
Epá! Finalmente uma dica útil. O teu trabalho aqui no teatro está feito. Agora precisas de voltar ao lugar onde começou a nossa aventura.
[[Continuamos a nossa aventura do detetive lisboeta|O silêncio antes da tempestade ]]Mal pisaste o chão do átrio do teatro, logo ouves:
PORTEIRA — Boa tarde, em que posso ajudá-lo? — E agora consegues materializar essa voz. Vês uma mulher de uns 55 anos. Parece que trabalha aqui, mais precisamente, no bengaleiro.
TU — Bom dia, minha senhora! Chamo-me o Jogador, detetive Jogador. De momento estou a fazer uma investigação acerca do caso da morte da Dona Tatiana Kurnikova. Todos os caminhos trouxeram-me aqui, onde parece que ela trabalhava, não é?
PORTEIRA — Dona Tatiana… — Logo consegues ver as lágrimas que ela finalmente consegue parar. — Dona Tatiana foi uma das maiores artistas que eu conheci na minha vida. Ela…, ela era uma reencarnação de Ana Pavlova, digo eu! Aquela técnica, aquela leveza, aquele movimento. Graças a ela eu apaixonei-me absolutamente pelo teatro e comecei a estudar história do teatro. Ela era simplesmente uma diva, a maior de todas. Foi mesmo uma grande honra tê-la aqui, no nosso teatro. Mas agora? Este lugar sem ela não vai ser a mesma coisa. Tenho a certeza, quase absoluta que ninguém será capaz de a substituir com dignidade.
TU — Vejo que a senhora era uma grande fã da Dona Tatiana. Por isso, vim aqui. Estou a recolher informações úteis sobre a nossa morta, ou seja, tudo o que nos possa ajudar na descoberta de mais factos sobre a morte dela. Por isso, peço que a senhora me fale um bocadinho mais sobre a Dona Tatiana, se ela tinha inimigos, se alguém daqui desejava a morte dela? Ou se ultimamente ela tinha mostrado alguma alteração no seu comportamento?
PORTEIRA — Meu caro detetive Jogador, você encontrou a pessoa certa no lugar certo! Eu sei quase todos [[os pormenores da vida dela|Pormenores]]. TU — Perfeito! — gritas com a alegria do fim do mundo. — Então diga-me tudo o que sabe, mesmo que seja banal. Cada pormenor conta!
PORTEIRA — Então, vamos começar do início. A dona Tatiana chegou aqui há cinco anos. O diretor do teatro, na altura, estava a procurar uma nova “primaballerina” para o novo espetáculo, o famoso “Lago dos cisnes”. Nenhuma das nossas bailarinas podia concorrer com ela. Foi incrível! De uma audição para outra, ela foi ganhando cada vez mais e mais popularidade, e ódio por parte das concorrentes. Até ao dia memorável, em que ocorreu a audição final. Ficaram apenas duas bailarinas: ela e mais uma que se chamava Maria da Conceição Coelho. Naquele dia, toda a Direção Geral do Teatro se reuniu para tomar a decisão final, qual delas era a melhor e qual, por fim, ia desempenhar o papel principal na peça. A última reunião e audição foram marcadas para as 14h. A dona Tatiana costumava chegar sempre pelo menos duas horas antes da hora prevista para se preparar bem e fazer o aquecimento. Mas naquele dia, tudo aconteceu ao contrário. Já eram 12h, e ela ainda não tinha aparecido. Depois vieram as 12.30h e as 13h e finalmente faziam 13.30h. Ela apareceu aqui na entrada a correr, até lhe faltava o ar! Correu tão depressa! Não disse nada, mas dava uma sensação de certo susto na cara dela. O relógio mostrava 14h, e a Maria da Conceição não apareceu. Pobrezinha! Dessa maneira, Dona Tatiana mostrou todo o seu jeito e talento e assim conseguiu obter aquele papel e a posição no nosso Teatro!
TU — Mas o que é que aconteceu com a outra bailarina? Porque é que desistiu? — [[perguntas|Acidente]]
PORTEIRA — Isso nunca deu por certo… Poucas horas depois, naquele dia ficou a saber-se que Maria Conceição não conseguiu chegar à última audição porque tinha tido um acidente naquele mesmo dia! Mas você nem adivinha quem é que provocou aquele acidente.
TU — Não faço a mínima ideia.
PORTEIRA — Foram uns malvados da máfia russa que, no momento do acidente, estavam tão bêbados que é melhor nem falar. Depois daquele acidente, a dona Maria passou por várias operações, sobretudo às pernas e até hoje não conseguiu recuperar a cem por cento e só se move graças à sua cadeira de rodas. Acho que você é inteligente e percebe o que isso significa para uma menina destas. O fim definitivo, para sempre, da sua carreira. Ai, pobre Maria! Mas o pior de tudo nesta história é que se dizia e ainda se continua a dizer, que tudo isto foi planeado pela… Dona Tatiana!
TU — NÃO...eu não acredito — respondes [[cheio de dúvidas|Rumores]].
PORTEIRA — Sim senhor. As pessoas adoram rumores como este. E deste modo, começou-se a falar mal dela, dizendo que a dona Tatiana tinha planeado tudo aquilo e que até tinha pago àquele elemento da máfia russa para provocar aquele acidente com a dona Maria. Dizem que fez tudo com o objetivo de obter aquele papel e tornar-se a “primabellerina” do nosso Teatro. Por causa daquele acidente que, por acaso, nunca chegou a ser resolvido e confirmado, o pessoal do Teatro não gostava muito dela. Alguns até tinham medo dela. Mas eu gostei imenso dela! Sobretudo por causa do seu talento. E esqueci-me de mais uma coisa. Logo depois de conseguir esta posição no nosso Teatro, uns viram a dona Tatiana a sair com o diretor do nosso Teatro. Por isso também se dizia que, às vezes eles eram namorados e às vezes que não eram.Resumindo que provavelmente, tiveram um romance.
TU — A senhora sabe mesmo quase tudo do que se passou aqui. É melhor do que a Wikipédia!
(link-reveal: "PORTEIRA — Obrigada, senhor detetive")[, eu apenas estou a tentar ajudá-lo como posso — responde com certa modéstia. — Mas, senhor detetive, não sei se isto é importante ou não, mas havia um homem. Quando a dona Tatiana aparecia no palco, ele aparecia sempre no público, e no fim, mandava-lhe um ramo de rosas com uma carta secreta. Uma vez eu tentei ver o que estava escrito nela, mas não consegui, porque desapareceu logo. Dizem que ele é o maior fã dela. Infelizmente, nem sei como é que ele se chama porque muda sempre de nome quando faz a reserva. Escolhe sempre o mesmo lugar, com a melhor vista para o palco inteiro, lá na loggia.
TU — E a minha senhora não sabe onde podem estar agora essas cartas?
PORTEIRA — Ó meu senhor, não faço a mínima ideia. Talvez no camarim ou na casa dela.
TU — Ó minha senhora, você é um anjo! Obrigadíssimo por tudo isto, por toda essa informação! De certeza que irá ajudar-me imenso! Acho que agora vou explorar o camarim da nossa estrela!
PORTEIRA — De nada, senhor detetive! Fico muito contente por poder ter ajudado na investigação.
Despedes-te com cortesia da porteira e diriges-te ao [[Camarim]]. ]//Okay//, então esta grande sorte já mencionada antes, trouxe-te por aqui. Estamos na noite. Numa dessas em que tens a estranha sensação que vai acontecer algo importante. Assim, se calhar finalmente vais conseguir encontrar o assassino e deste modo acabar a tua investigação. Serás o melhor de todos! Já a tua imaginação projeta na tua cabeça todos os louvores que recebes dos teus chefes. Ahh… Até é possível que te promovam! Aiii, que maravilha. Já estás quase a um passo de ir ao //Booking.com// para procurar umas ofertas de férias de luxo em Albufeira.
STOP! Acorda, //man//! Estás aqui prá quê? O sonho já acabou e é preciso voltar aos assuntos sérios.
Então, vamos lá a isso, quer dizer, [[entramos na casa da vítima|Hall de entrada1]].
Peraí, sou português, então antes de mais, preciso de [[beber um café|Café]].
Muito bem, meu fiel amigo. Se finalmente decidiste entrar nesta casa à procura de uma chavinha, então, isto parece ser sério e finalmente nota-se que estás verdadeiramente empenhado neste “jogo”. Mas lembra-te de que a única pista que tens é uma caixinha cujo conteúdo não sabes. Tiras do teu bolso a chave da casa da Senhora Kurnikova, pões a tua mão na maçaneta e empurras a porta. Logo te apercebes de que alguma coisa aqui não bate certo…
Dás uns passos [[em frente |Hall de entrada e ataque]].
Ou talvez queiras ir à [[casa de banho|Bem-vindo à casa de banho]], para teres a certeza de que tudo está tão brilhantemente limpo como antes.O café está fechado, outra vez! Que chatice! Tens que [[continuar|Hall de entrada1]] a tua investigação irritado e cansado.
Como escolheste ficar no hall de entrada, dás uns passos em frente. //Fuck//! Porque é que está tão escuro aqui? Mal consegues ver o chão do corredor. Agora, já sabes o que devem sentir os cegos… "Ceguei"!! Neste momento só pensas assim. “Será que um dia irei conseguir reconhecer a cara da minha mãe? Ajudem-me, porque eu ceguei!” — lamentas na tua imaginação...
Psst! Que barulho foi este? “Será que não estou aqui sozinho?” Bem, é muito bem possível, mas não vês nada então, não tens certeza absoluta acerca disso.
De repente, sentes uma dor tão imensa que mal consegues ficar de pé. Já sabes porquê? Exato, sim senhor, recebeste uma pancada na cabeça. Assim, chegas à conclusão QUE ESTÁ AQUI MAIS ALGUÉM. //Wow//! //Bingo//!
Mas já é tarde demais para tirar conclusões como esta porque recebes mais uma pancada! E mais uma, e [[mais uma…|Ataque1]]
Entras na casa de banho e ligas logo a luz (a maioria dos adultos tem medo do escuro, não és único, não te preocupes). A casa de banho está tão brilhante, como se a senhora Fatumata Graciosa tivesse acabado de limpá-la há cinco minutos. Não há nenhuns vestígios de que ainda hoje, nesta divisão espantosa, foi assassinada a dona deste apartamento. Mesmo assim, estás a sentir uma atmosfera estranhamente densa. Respiras profundamente e reconheces o cheiro de [[água de Colónia|Lenhador]].Depois de mil e um golpes, ficas tombado no chão. Já sentes uma vontade insuportável de morrer, mas, no entanto, tens que te recuperar depressa para continuar a luta com o inimigo (que ainda não conseguiste ver, por causa da escuridão). Força, meu amigo! É agora ou nunca! Se desistires agora, talvez nunca possas saber quem é que encontraste na casa da Dona Tatiana!
Pois não, não, não, assim não se trata o Detetive Jogador! Pah, pah, pah! E logo consegues [[alcançar o teu inimigo|Ataque3]].
Agora, estamos num momento em que a única coisa que conta são os segundos.
Um… concentra-te!
Dois… Ok, que dia é hoje? Bem, isso não interessa...
Três… Então, estou aqui quase derrotado, no meio do corredor e que opções é que tenho?
Quatro… //Well//, posso, por exemplo, usar o meu isqueiro e queimar-lhe a roupa. Não, isso não vai funcionar. [[Demoras demasiado tempo|Cinco]]. Cinco… já sei. Se eu estou no hall de entrada, de certeza que está aqui a multidão de sapatos da dona Kurnikova, EUREKA. Vou usar um deles para lhe dar uma palmada, ou melhor, uma //sapatada*//!”
Seis… num instante, levantas um dos sapatos de salto alto, de //Louboutin// e [[começas a bater-lhe na cara|Sete]].
*golpe feito com o uso de sapato.Sete… Meu Deus, que crueldade! Pumba, tumba, pumba
Ufa! Isto exigiu tanto esforço, mas finalmente consegues safar-te. Basta [[acender a luz|Malandro]] e vais ver a cara deste malandro, do teu inimigo, que ousou tocar nas tuas costas.
DIRETOR — Ou você me deixa em paz, ou vou matá-lo! — grita ele.
TU — Calma, meu senhor Diretor! Não vou relembrar quem é que começou o primeiro. Então, e agora, diga-me o que é que estava a fazer aqui?
DIRETOR — Vá se foder.
TU — Muito bem. Para resolver isto de forma mais eficaz, vamos ver o que é que você conseguiu roubar daqui antes da minha chegada — dizes com toda a calma
DIRETOR — Nunca!!! Deixe-me em paz! — grita ele de novo.
Mas neste momento mergulhas a tua mão direita num dos bolsos da camisa dele e sentes um objeto pequenino, provavelmente de metal. Tira-lo e vês que é uma chave. E assim chegas à conclusão que com esta chave se pode abrir a caixinha da Dona Tatiana.
TU — //Woohoo//! Obrigado, senhor Diretor! Foi mesmo uma grande honra conhecê-lo. Desculpe pelas condições em que nos encontramos, mas foi você quem começou — dizes louco de alegria.
DIRETOR — Cale-me essa boca, idiota! — ele responde de forma bastante ofensiva.
[[Continuar|Vitória]]
Mas tudo o que o diretor diz já não te interessa. Na verdade, este o teu momento de epifania, porque tudo na tua cabeça começa a bater certo. E agora, sentes uma vontade insuportável de poder comprovar que esta chave encaixa muito bem na caixinha da Dona Tatiana. Já consegues sentir o sabor da Vitória! O fim da investigação já está ao teu alcance…
[[Continuar|Chamada2]]Embora tenhas medo de te virar, fazê-lo como se fosses um super-herói. Enfrentas um homem alto e musculoso. Normalmente este gajo assustar-te-ia com a sua aparência de lenhador, mas a expressão da sua cara, cheia de tristeza, dá-te vontade de o abraçares. Relaxas-te, o medo desaparece. “Medo? Não, eu não sou um desses covardes”, dizes a ti próprio, só para te acalmar. Além disso, quem teria medo de um homem com um colar. Peraí? [[Um colar|Colar]]!Mantém a calma, precisas de conseguir aquele o colar. Calma, calma. O que é que vais fazer, o que é que vais dizer? Olhas para a cara do “lenhador”, esperando que isto te ajude de qualquer modo.
TU — Detetive Jogador. Posso saber porque é que o senhor tem esse colar?
O homem olha para a joia. Os seus olhos não ficam apenas cheios de lágrimas, mas o homem começa a chorar! E está a chorar como um bebezinho.
Merda! Não foi uma boa pergunta!
[[Continuar|Tapinhas]]
Resolves dar-lhe algumas palmadinhas nas costas para o acalmar. Não tens filhos, mas supões que este método poderá funcionar. Aproximas-te do homem e dás-lhe três ou quatro palmadinhas, muito delicadas, quase não tocas no seu corpo. Parece que tens algum instinto maternal, pois o “lenhador” torna-se mais sereno. Reparas que neste momento a distância entre vocês é mínima e que o colar com a chave está ao teu alcance. Não perdes a ocasião e estendes a mão na direção do colar. Mas[[…|Ataque4]]Mas o homem é mais rápido e empurra-te com tanta força que cais no chão. Ficas transtornado, chocado, mas ainda consegues ver que a expressão da cara do “lenhador” mudou. Já não tem a cara do bebé mais fofo do mundo, agora tem a cara do //King Bruce Lee// verdadeiro.
HOMEM — Parvo! A chave é minha! É a única coisa dela que tenho!
E recebes [[uma pancada violenta|Depois]].
Poxa! Que ânimo! Que força! Estás com tonturas. Não sabes o que fazer. Olhas para o teu inimigo. Ele olha para ti com raiva (está com cara da criança irritada com o facto de que alguém tentou roubar-lhe o seu brinquedo). O “lenhador” afaga a sua mão depois do golpe e prepara-se para outro. Não podes deixá-lo derrotar-te. O homem levanta o seu braço[[…|Empate]]E tu esquivas-te. O homem, batendo no ar, perde o equilíbrio e cai no chão. Uhu! Um empate! Aproveitas este momento, levantas-te e dás-lhe um pontapé. O “lenhador” produz um som estranhíssimo, parecido ao lamento de um gato molhado. De repente sentes-te com mais força[[…|Mestre do Taekwondo]]E comportas-te como se fosses cinto preto de Taekwondo, mesmo que todo o mundo saiba que na primária costumavas fugir das aulas de educação física. Dás ao homem ainda três ou quatro pontapés na barriga, umas pancadas no peito e a última, a mais forte, na cabeça. O “lenhador” geme e perde logo a consciência. [[Nossa!|Vencedor]]Provavelmente exageraste um pouco, podias tê-lo poupado à última pancada. Mas a culpa não é a tua, ele é que começou! Bem, com o coração batendo rapidamente, baixas-te para ver se o homem ainda está vivo. Susténs a respiração… e ouves que ele está a respirar, mesmo que com muita dificuldade. Zuca! Tiras o colar e mete-lo no bolso das tuas calças. És um vencedor!Não importa quém acabaste de derrotar. Agora podes ir e ver o que é que está dentro da caixinha da Dona Tatiana.
[[Continuar|Chamada2]]Estás a ouvir a melodia prazerosa dos "Teletubbies". Quem ousou ligar para ti neste momento da Vitória? Ah, é a tua mãezinha.
TU — Estou.
MÃEZINHA — Olá, meu bebe! Tudo bem contigo?
TU — Sim, sim. E contigo, mamã?
MÃEZINHA — ´Tou bem. Olha, acabei de colocar pastéis de nata no forno. Agora vou começar a preparar o teu prato preferido um bacalhau à Brás. Talvez queiras jantar hoje comigo? Há tanto tempo que não vejo a minha criancinha!
Pastéis e bacalhau? Ela não precisava de dizer nada mais.
TU — És a melhor mamã do mundo! Já estou a sair. Vinte minutos e estou aí. Até logo! Beijinhos.
MÃEZINHA — Até logo, criancinha. Beijinhos.
Já chega por hoje. O melhor detetive lisboeta merece [[um bom jantar|Jantar]] preparado pela sua mãezinha.
Então já sabes quem é? Pois é o diretor do Teatro!!! É facilmente reconhecível, porque é do topo do mundo do teatro e da arte no teu país. A vida às vezes gosta de ser ridícula[[…|Conversinha]]<img src="https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/564x/02/7e/78/027e7827deb224f6698d43dfd28945ae.jpg" height="500" />
[[Voltar|Cozinha]]<img src="https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/236x/82/61/75/8261752fbf5f1b937f213aed9373a992.jpg" height="400" width="150" />
[[Voltar|Mais da cozinha]]<h1>Quebra-nozes</h1>
<h4>por Katarzyna Sakowska e Sylwia Wojsa</h4>
[[Prólogo]]
<audio src="http://www.camoes.pl/FI/fadabumbum.mp3" autoplay>
Lisboa, setembro de 2016. Já passaram os melhores dias, aqueles cheios de sol da cidade da luz. As massas de turistas já abandonaram a capital. Os estudantes voltaram aos bancos, os lisboetas voltaram das férias no Algarve. Tudo parece estar tranquilo. Pelo menos para o detetive Jogador. Como sempre, foi chamado a mais um lugar onde foi cometido um crime. Este caso parece ser simples, parece ser um suicídio. Mas o que no início parece ser tão banal, depois torna-se mais e mais complicado. Será que Jogador, um dos melhores detetives da praça, conseguirá lidar com este caso tão específico? // All the world's a stage//, como dizia Shakespeare. Nunca, como agora, fizeram estas palavras tanto sentido. Joga e vê se consegues ajudar o detetive a resolver este enigma! Ele conta contigo...
[[Começar|Príncipe Real]]<img src="https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/564x/30/be/61/30be6141b51a75e3301b5e8b24f5125e.jpg" height="300" />
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<img src="https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/564x/78/6b/9d/786b9de2772fe802ea09c9dc7eae9ea3.jpg" height="300" />
[[Voltar|Chamada2]]