A editora Pauza lançará, neste novembro, o seu primeiro livro traduzido de língua portuguesa. O romance Diário da queda, do escritor brasileiro Michel Laub, é o primeiro livro deste autor editado na Polónia. A tradução ficou a cargo de Wojciech Charchalis.

Um garoto de treze anos se machuca numa festa de aniversário. Quando adulto, um de seus colegas narra o episódio. A partir das motivações do que se revela mais que um acidente, cujas consequências se projetam em diversos fatos de sua vida nas décadas seguintes – a adolescência conturbada, uma mudança de cidade, um casamento em crise -, ele constrói uma reflexão corajosa sobre identidade, afeto e perda. Dessa reflexão fazem parte também as trajetórias de seu pai, com quem o protagonista tem uma relação difícil, e de seu avô, sobrevivente de Auschwitz que passou anos escrevendo um diário secreto e bizarro. São três gerações, cuja história parece ser uma só; são lembranças que se juntam de maneira fragmentada, como numa lista em que os fatos carregam em si tanto inocência quanto brutalidade. Numa prosa que oscila entre violência, lirismo e ironia, com pausas para uma neutralidade quase documental na descrição de cheiros, gostos, sons, fatos e sentimentos, Diário da queda é uma viagem inusitada pela memória de um homem no momento em que ele precisa fazer a escolha que mudará sua vida.

Michel Laub

Michel Laub

Nasceu em Porto Alegre, em 1973, e vive em São Paulo. Escritor e jornalista, foi redator-chefe da revista Bravo, coordenador de publicações e internet do Instituto Moreira Salles e colunista da Folha de S.Paulo e do Globo. Hoje é colunista do Valor Econômico e colaborador de diversas editoras e veículos.

Publicou sete romances, todos pela Companhia das Letras: Música Anterior (2001), Longe da água (2004), O segundo tempo (2006), O gato diz adeus (2009), Diário da queda (2011),  A maçã envenenada (2013) e O Tribunal da Quinta-Feira (2016). Seus livros saíram em 13 países e 10 idiomas. Dois deles tiveram os direitos vendidos para o cinema: Diário (para a RT Filmes) e O Tribunal (para a 1001 filmes). Ganhou diversos prêmios nacionais e internacionais.