A Editora Âyiné lançou em março, deste ano, o livro Um bárbaro no jardim, de Zbigniew Herbert. Trata-se da primeira obra do poeta polaco traduzida no Brasil. A tradução de polaco para português do Brasil ficou a cargo de Henryk Siewierski. 

Considerado um dos grandes autores da literatura contemporânea polaca, o autor narra, em primeira pessoa, as suas viagens pela Europa, misturando vivências pessoais com factos históricos, culturais e artísticos. Ao longo das 367 páginas do livro, Herbert relata a sua passagem por cidades, museus, catedrais, ruínas, hotéis, restaurantes, cavernas e importantes locais para a arte e a cultura mundial. Com uma descrição minuciosa, a obra é um convite para embarcar com o autor no seu périplo pela França e Itália. Herbert apresenta diferentes cenários e paisagens e reproduz diálogos curiosos com personagens que cruzaram o seu caminho.

A edição de Um Bárbaro no Jardim, de Zbigniew Herbert, é um acontecimento intelectual tão auspicioso que merecia o seu próprio bloquinho de carnaval. Não apenas pelo autor, que os leitores brasileiros até hoje não tinham visto mais gordo, mas pela escassez de livros de viagem que não se reduzam a guias turísticos. (…) Herbert faz parte do pódio supremo das letras polonesas do século 20, ao lado de Wisława Szymborska e Czesław Miłosz. (…) Fora a lírica, Um Bárbaro no Jardim é a obra mais badalada do autor, e o tornou manjado em todo o mundo. São dez textos sobre viagens, sempre com foco cultural, sobretudo artístico. E de uma erudição prodigiosa, embora nunca pedante ou acadêmica. – Paulo Nogueira

Zbigniew Herbert

Zbigniew Herbert

Herbert foi poeta, dramaturgo e ensaísta polaco. Começou a escrever poesia quando tinha 17 anos, mas só publicou em 1956, “depois de 15 anos escrevendo para a gaveta”. É considerado um dos autores mais honrados e influentes da Polónia. Foi uma testemunha do seu tempo e pode ser considerado um poeta político. Marcada por uma linguagem direta e uma forte preocupação moral, a sua poesia é moldada pelas suas experiências nas ditaduras nazi e soviética. Herbert construiu uma ponte entre reinos que parecem irreconciliáveis: o passado e o presente, o sofrimento e a poesia.